Leia matéria publicada dia 10 no site da Folha de S.Paulo :
Apenas 158 famílias americanas foram responsáveis por quase metade
dos cerca de US$ 400 milhões em doações arrecadadas para financiar as campanhas
de candidatos para a corrida presidencial dos EUA, mostra o jornal "The
New York Times" em especial
publicado neste sábado (10).
Juntas, elas doaram, por meio de suas empresas ou como pessoas
físicas, um total de R$ 176 milhões para as campanhas das primárias, fase em
que nomes republicanos e democratas disputam uma indicação em seus partidos
para concorrer à presidência do país no ano que vem. Segundo o jornal, é a
primeira vez desde a década de 1970 que o financiamento de campanha é tão
concentrado.
O perfil desses grandes doadores, segundo o jornal, é de
endinheirados –mais de 50 membros das famílias figuram na lista dos 400 mais ricos
da Forbes– e conservadores –a ampla maioria, 138, doou para candidatos
republicanos–, que atuam principalmente no mercado financeiro e no setor de
energia.
As três maiores somas foram para o senador pelo Texas Ted Cruz,
membro do ultraconservador Tea Party: os Wilks, clã texano que fez fortuna
vendendo caminhões, deram a Cruz US$ 15 milhões; o bilionário de Wall Street
Robert Mercer doou cerca de US$ 11 milhões; e o dono de uma empresa de capital
de risco Toby Neugebauer contribuiu com US$ 10 milhões.
A média das doações é obviamente menor, mas nenhuma dessas
famílias deu menos do que US$ 250 mil.
SUPER COMITÊS
O levantamento mostra que os republicanos estão se saindo melhor
do que os democratas para arrecadar dinheiro com os chamados "super
PACs" (Comitês de Ação Política, na sigla em inglês), mecanismo
controverso criado em 2010 que facilita as doações para campanhas.
Os "super PACs" são comitês independentes de partidos
políticos que podem ser criados para apoiar candidatos ou causas.
Diferentemente das campanhas oficiais, eles não têm limites legais de doação
por empresa ou por pessoas físicas.
Oficialmente, os comitês não podem coordenar estratégias com os
políticos que apoiam, mas frequentemente eles têm sofrido críticas de que são
usados pelos candidatos como instrumento para complementar a arrecadação das
doações de campanha.